segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O Valor da Democracia

O primeiro ponto a admitir é o valor da democracia. Quem, como eu, se posicionou e votou contra a continuidade batalhou democraticamente, perdeu democraticamente e deve admitir a vitória dos então adversários, também, democraticamente.

Seja por dificuldade do candidato de oposição em entender os anseios do povo ou em explicar-lhes os benefícios de suas propostas, ou pela habilidade da situação para fazê-lo, na média, nos percentuais registrados nas urnas, a população escolheu confiar mais um mandato ao PT e à Presidente Dilma. Isso é democracia!

Ah, camarada, mas tem o clientelismo, os golpes baixos, os recursos imorais e mentirosos da "democracia" do João Santana. Tem o uso da máquina pública, as ameaças aos clientes dos programas sociais, o terrorismo administrativo nos órgãos e empresas públicas. Tem o futuro que provavelmente revelará uma degeneração crescente da economia, tem as divulgações postergadas de indicadores ruins, dos aumentos e dos racionamentos iminentes. Sim, tem tudo isso, e foi com base nessa realidade que a escolha foi feita. Essas são algumas debilidades da nossa democracia!

Desprezar o voto do outro como menos qualificado, evocar secessões - brasileiros de cá que são melhores que brasileiros de lá - desmerecer, enfim aqueles que foram vitoriosos, são reações que em nada contribuirão para a construção de um país melhor, de um país para todos. Se as leio aqui e ali, nos posts de amigos, quero no máximo entender que se trata de emoções de primeira hora, mal pensadas e pessimamente elaboradas, que logo se renderão à realidade e à civilidade.

Continuo vendo perigo em uma hegemonia (não de votos, mas de sucessão de mandatos) que agora alcançará os 16 anos. Continuo achando que o PT usa meios para garantir um controle permanente que vão além dos instrumentos éticos e democráticos. Continuo entendendo que o PT arquiteta e apoia um movimento socialista supranacional que atenta contra os interesses do Brasil e dos brasileiros. Gostaria que a decisão de nosso povo houvesse sido diferente. Mas não foi. E isso é democracia!

Se o processo eleitoral serviu para você e eu, amigo, aprendermos mais sobre a realidade nacional, sobre projetos administrativos ou econômicos, sobre leis ou planos de ação e de participação popular; se serviu para nos identificarmos com uma proposta de desenvolvimento ou de governabilidade, juntemos tudo isso e comecemos a trabalhar para que um dia seja realidade. Trabalhemos por mudanças na escola ou na empresa, trabalhemos por mudanças no bairro ou no transporte. Associemo-nos a entidades de controle social para acompanhar e fiscalizar as ações dos governantes. Associemo-nos a empreendimentos de assistência e intervenção social para ajudar aos menos favorecidos na defesa dos seus direitos, na garantia de suas necessidades básicas e na obtenção de uma educação de qualidade.


Você é um brasileiro único quando detrás do biombo aperta o teclado da urna e confere o seu voto; quando vota no candidato vencedor ou no perdedor. Você é um brasileiro único, responsável e necessário quando acorda cedo e sai de casa para trabalhar, estudar, ajudar os outros. Levante os olhos e comprometa-se com o futuro. Hoje é segunda-feira, hoje é dia de continuarmos sonhando e agindo para a construção de um país melhor.